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Trégua nas bolsas. Mas situação ainda é preocupante
Fonte: Diário do Comércio
Seis bancos centrais, incluindo o da União Européia, trabalharam em conjunto para garantir liquidez.
Investidores e operadores acompanham a situação dos bancos americanos: de Kuala Lumpur a Nova York.
Aação coordenada de seis grandes bancos centrais para garantir a liquidez do sistema financeiro internacional conseguiu provocar uma trégua, ainda frágil, nas fortes baixas das bolsas de valores em todo o mundo. Houve expressivas altas em Nova York e no Brasil e os principais mercados europeus fecharam com quedas discretas. Também contribuíram para a relativa melhora do cenário rumores de criação de um fundo do governo dos Estados Unidos para reunir ativos podres do sistema financeiro do país. Apesar da aparente recuperação, analistas alertaram que ainda são grandes os temores de novas quebras de bancos e de efeitos negativos sobre o crescimento da economia mundial.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou o pregão com alta de 5,48% (terceira maior valorização do ano), depois de ter despencado quase 7% na quarta-feira. O índice fechou em 48.422 pontos, depois de uma sessão de muita instabilidade. Com esse resultado, o Ibovespa agora acumula baixa de 13,03% em setembro e perdas de 24,2% no ano.
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 3,86%, também se recuperando da queda expressiva da véspera. O Nasdaq, que reúne ações de empresas de tecnologia, fechou com alta de 4,78%. Na Europa, as bolsas tiveram baixas, por terem encerrado os negócios antes do salto dos mercados americanos na última hora de pregão. Os destaques foram Londres (queda de 0,57%) e Paris (perdas de 0,94%).
Busca de soluções – A injeção de ânimo nos investidores ontem veio das especulações em torno da possibilidade da criação do fundo de emergência do governo americano. Também tiveram efeito positivo nos mercados as iniciativas oficiais, por meio da Security Exchange Comission (órgão que fiscaliza os mercados de ativos mobiliários dos Estados Unidos), para limitar as vendas a descoberto de papéis. Isso sem falar na ação coordenada de importantes bancos centrais para assegurar o pleno funcionamento dos mercados financeiros.
De acordo com rumores que circularam nas mesas de operação, o fundo do Tesouro americano seria semelhante à Resolution Trust Corporation, criada no país no fim dos anos 1980 para assumir os ativos de instituições de poupança que enfrentavam grave crise. Até a noite de ontem, o governo ainda não havia confirmado a informação.
Agentes não-oficiais também fazem o que podem para tentar amenizar a crise. Fundos de pensão de cidadãos americanos decidiram mudar de estratégia e não mais emprestar ações de bancos de investimento (como Goldman Sachs e Morgan Stanley) que têm em carteira. A decisão desses fundos, que têm bilhões de dólares em patrimônio, contribuiu para a recuperação desses papéis na bolsa.
Pechinchas – No Brasil, os preços baixos de ações de empresas com bons fundamentos ajudaram o Ibovespa a subir. O movimento, no entanto, foi insuficiente para fazer o índice retornar à casa de 50 mil pontos. A alta do petróleo (leia mais na página E2) fez os papéis da Petrobras fecharem com fortes altas, de 7,06% (ordinárias) e 8,05% (preferenciais). Analistas ainda não se arriscam a prever tendência para o indicador em curto prazo. Eles dizem que só será possível esboçar qualquer cenário mais longo a partir de novembro, quando começam a ser divulgados balanços de empresas nos EUA referentes ao terceiro trimestre. (AE)