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Junho teve o menor índice de desemprego do ano
No primeiro semestre, a taxa de desemprego foi de 7,3%, ante 8,6% no primeiro semestre do ano passado.
Taxa de 7% foi a menor registrada para um mês de junho e, segundo o IBGE, refletiu a menor procura por trabalho e não maior abertura de vagas
O mercado de trabalho registrou queda na desocupação e aumento no rendimento em junho e fechou o primeiro semestre com a menor taxa de desemprego para o período em oito anos.
Segundo o IBGE, a taxa apurada nas seis principais regiões metropolitanas ficou em 7,0% no mês, o menor patamar para meses de junho da série, iniciada em 2002, e o menor índice mensal apurado este ano.
No primeiro semestre, a taxa de desemprego foi de 7,3%, ante 8,6% no primeiro semestre do ano passado. O gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, ressalta que houve queda na desocupação e melhoria da qualidade do trabalho, com crescimento do emprego formal. E o emprego com carteira assinada está crescendo acima da população ocupada.
"Isso mostra elevação da qualidade do mercado de trabalho."
Das 731 mil vagas geradas em junho, ante igual mês do ano passado, 670 mil foram vagas com carteira. O número de postos de trabalho com carteira assinada aumentou apenas 0,2% em junho ante maio, mas subiu 7,1% ante junho do ano passado.
Procura por vaga. Azeredo explicou que a queda na taxa de desemprego refletiu um adiamento na procura por uma vaga, e não a geração de novos postos. O número de ocupados ficou estável de um mês para o outro, enquanto o total de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) caiu 6,6% no período.
"Houve um adiamento na procura por trabalho, provavelmente por causa da proximidade das férias. Não há como dizer que as pessoas estão desestimuladas a procurar emprego por falta de oportunidade, os dados da economia não mostram isso", disse.
O aumento do poder de compra das famílias também pode estar permitindo esse adiamento na busca por emprego, já que há menor necessidade de complementação do rendimento familiar. A realização da Copa do Mundo, de acordo com ele, não teve influência no resultado.
Para o analista do Santander, Cristiano Souza, a Copa teve efeito nos dados de junho, já que reduziu o número de dias úteis no mês, por causa das folgas em dias de jogos do Brasil. Para ele, a tendência é que as pessoas voltem a procurar emprego e garantam um mercado de trabalho "forte" no segundo semestre.
"O desempenho do mercado de trabalho deve continuar muito favorável. A retomada de crescimento da atividade no segundo semestre deve contribuir para a ampliação da oferta de vagas e fazer com que as pessoas continuem buscando emprego", diz Alessandra Ribeiro, analista da Tendências Consultoria.